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terça-feira, 18 de maio de 2010

Aniversário


22 de agosto de 2005.

Aniversário

Aniversário, ta certo, obrigado...

Eu entendo, ontem mesmo quando me vi, no espelho, afirmei pra mim mesmo...
___Cara! O tempo não passa quem passa na verdade é a gente; e só o que fica é uma história, uma novela dessas, bem mexicana, que faz a gente chorar e sorrir cruelmente de forma verdadeira.
___Agora meu anjo... Disse-me carinhosamente com os olhos enxaguados de dor, narcisamente lindos, brilhando castanhos e luminosos a me olhar...
___Eu com essas minhas asas, ainda em repouso loucas pra decolar, olhando dentro de mim, com um louvor divino oro em segredo, baixinho a minha ladainha...
___Se sua história é uma bosta cara, te cuida! Senão caranguejo; não sobra nada... Nada mesmo, senão o caminho inverso do belo antagonismo do paradoxo letal, e me pergunto sóbrio e em prantos...
___Onde estão as suas asas Icaro?

Aniversário, é isso, quando vencemos, ganharmos esse tal presente, que na verdade é um presente... Entendeu? Isso mesmo, quando percebemos, não sobra nada, nem você mesmo, e o pior é que se acaba em descobrir, por mais idiota que sejamos, ou que eu seja pra ser mais sincero. A verdade dura que se não há história, novela ou filme, não há presente, não há referencia, nem sou um anjo alado, mal consigo sonhar... Preocupado declaro-me no espelho...
___Não há o que contar. Putz; e putz mesmo, como é bom termos uma referencia termos um tempo nosso. Ser pelo menos, ou ao menos, sendo esse menos mais um pouco que nada! Tudo bem! Que seja um pouquinho de algo que valeu a pena, que amou um pouco. Me orgulho, de meu pecado, da minha sinceridade e digo...
___Hi! Grave heim, grave demais ser assim um reflexo no espelho; e nada mais. Não quero chorar em meu enterro, não quero ficar na lembrança de um velório vazio, cheio de pessoas que não sabem quem sou eu e de uma maneira piegas, só lamentam pelo que nunca fui, nem seria, pois quando em vida, nunca imaginaram se eu era algo parecido com aquilo pelo que choram. Voltando a minha humanidade senil, repito a canção de todos os dias, cantadas no chuveiro...
___Engraçado o ser humano... Choramos por quem? Vão se perguntar atônitos, meus fãs de velório, entre biscoitinho e suco de groselha, com seus lábios vermelhos cheios de resignação inútil, imaginando, obvio, seus próprios enterros, choram por si... Hilário.

E agora, no meu aniversário, sinto meu peito pulsar pendido pra que eu me rebele contra mim, me revolte contra a vida insana que não vivi e que consome minha alma impura de felicidade, não quero ter futuro... E profetizo de dentro de minha carne...
___Quero ter presente, afinal é meu aniversário, alias me dou de presente, o presente de meu aniversário. E nasço livre de minha história que nunca seria contada. Juro que amei aquela mulher...